Festival de Veneza estende o tapete vermelho para as estrelas
Artistas como Cate Blanchett, Adam Driver, Emma Stone e Oscar Isaac passarão pela cidade italiana, onde 21 filmes estão na disputa pelo cobiçado Leão de Ouro
O Festival de Veneza estende nesta quarta-feira (27) seu tapete vermelho para receber dezenas de estrelas mundiais, incluindo Julia Roberts e George Clooney, na 82ª edição do evento, que também pode ser marcada por questões políticas.
Artistas como Cate Blanchett, Adam Driver, Emma Stone e Oscar Isaac passarão pela cidade italiana, onde 21 filmes estão na disputa pelo cobiçado Leão de Ouro. Seis produções da mostra oficial foram dirigidas por mulheres.
A mostra começa com "La grazia", filme do renomado diretor Paolo Sorrentino sobre um presidente italiano que chega ao final do mandato com o dilema de aprovar uma lei de eutanásia e dois indultos.
No dia 6 de setembro, o júri, presidido por Alexander Payne, vencedor de dois Oscar de roteiro, anunciará o melhor filme do evento. Nesta quarta-feira, o cineasta americano comparou o festival com o "paraíso".
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Durante a cerimônia de abertura desta quarta-feira, o cineasta alemão Werner Herzog será homenageado com um prêmio honorário por sua carreira, o Leão de Ouro pelo conjunto da obra. Na quinta-feira, ele exibirá o documentário "Ghost Elephants".
Entre os filmes mais aguardados em Veneza estão "O Estrangeiro", uma adaptação de François Ozon do romance homônimo de Albert Camus, e "Jay Kelly", de Noah Baumbach, em que George Clooney interpreta um ator renomado afetado por uma crise de identidade.
A 82ª edição de Veneza será a primeira para Julia Roberts, estrela de "After the Hunt", filme de Luca Guadagnino, que será exibido fora de competição, sobre um caso de agressão sexual em uma universidade americana de grande prestígio.
Os novos trabalhos de diretores como Guillermo del Toro, com sua nova versão de "Frankenstein", Yorgos Lanthimos, que volta a colaborar com Emma Stone em "Bugonia", e Kathryn Bigelow, com seu thriller político "A House of Dynamite", estão na disputa pelo prêmio principal.
"Local de debate"
Além do glamour do tapete vermelho, o festival exibirá vários filmes de temática política, que podem provocar debate.
Vinte pessoas protestaram nesta quarta-feira diante da sede do festival com cartazes com frases como "Free Palestine" e "Stop Genocide".
"Precisamos aproveitar a atenção aqui, durante o festival de cinema, para mudar o foco de atenção para a Palestina", declarou Giulia Cacopardo, 28 anos, integrante de um coletivo político da região de Veneza. "Esperamos que outras pessoas se unam a nós para interromper o genocídio agora", acrescentou.
O diretor artístico da Mostra, Alberto Barbera, insistiu que o evento é "um local de abertura e debate", onde se rejeita qualquer "forma de censura". "Nunca hesitamos em declarar claramente nosso enorme sofrimento diante do que está acontecendo na Palestina (...) com a morte de civis e, sobretudo, de crianças", acrescentou.
Para sábado está programada uma manifestação pró-palestina no Lido, apoiada por dezenas de associações políticas e movimentos da sociedade civil, segundo os organizadores.
Entre os filmes, a questão será abordada no longa-metragem mais recente da franco-tunisiana Kaouther Ben Hania, "The Voice of Hind Rajab", que conta a história real de uma menina palestina assassinada em janeiro de 2024 pelas forças israelenses ao lado de seis parentes quando tentavam fugir da Cidade de Gaza.
Longe de Veneza, o diretor espanhol Pedro Almodóvar, vencedor no ano passado do Leão de Ouro por 'O Quarto ao Lado', pediu nesta quarta-feira que o governo de seu país rompa todas as relações diplomáticas e comerciais com Israel "em repulsa ao genocídio que está cometendo contra o povo de Gaza".
Com a guerra na Ucrânia sem sinais de terminar, Jude Law interpreta o presidente Vladimir Putin em "The Wizard of the Kremlin", um filme de Olivier Assayas sobre a ascensão do presidente russo.
Questionado sobre a ausência de filmes latino-americanos na competição oficial, o diretor artístico da Mostra, Alberto Barbera, disse à AFP que há "situações complexas que precisam ser levadas em consideração".
Ele citou como exemplos o Brasil, que "sai de quatro anos de ditadura de (Jair) Bolsonaro, que fez de tudo para colocar o cinema de autor brasileiro em segundo plano", e a "Argentina, onde o novo governo de (Javier) Milei cortou todo o financiamento".
Julia Roberts
Entre os filmes aguardados estão "O Estrangeiro", uma adaptação de François Ozon do romance homônimo de Albert Camus, e "Jay Kelly", de Noah Baumbach, em que George Clooney interpreta um ator renomado afetado por uma crise de identidade.
A 82ª edição de Veneza será a primeira para Julia Roberts, estrela de "After the Hunt", filme de Luca Guadagnino, que será exibido fora de competição, sobre um caso de agressão sexual em uma universidade americana de grande prestígio.
Os novos trabalhos de diretores como Guillermo del Toro, com sua nova versão de "Frankenstein", Yorgos Lanthimos, que volta a colaborar com Emma Stone em "Bugonia", e Kathryn Bigelow, com seu thriller político "A House of Dynamite", estão na disputa pelo prêmio principal.
Além do glamour do tapete vermelho, o festival exibirá vários filmes de temática política, que podem provocar debate.
"Espaço de diálogo"
Com a guerra na Ucrânia sem sinais de terminar, Jude Law interpreta o presidente Vladimir Putin em "The Wizard of the Kremlin", um filme de Olivier Assayas sobre a ascensão do presidente russo.
A cineasta franco-tunisiana Kaouther Ben Hania apresentará "The Voice of Hind Rajab", que conta a história real de uma menina palestina de cinco anos assassinada em janeiro de 2024 pelas forças israelenses ao lado de seis parentes quando tentavam fugir da Cidade de Gaza. O filme utiliza uma gravação da própria Hind pedindo ajuda aos serviços de emergência.
Além da exibição de filmes, no sábado está programada uma manifestação pró-palestina no Lido, apoiada por dezenas de associações políticas e movimentos da sociedade civil, segundo os organizadores.
"O Festival de Cinema de Veneza não deve permanecer como um evento isolado da realidade, deve ser um espaço para denunciar o genocídio que está sendo executado por Israel com a cumplicidade dos governos ocidentais", afirmaram os movimentos que convocaram o protesto.
Alberto Barbera insistiu que "a Mostra de Veneza não está evidentemente fechada em uma bolha", mas também "não adota posições políticas diretas", pois a Bienal é "um espaço cultural de diálogo, de discussão e de abertura que não censura ninguém, nem boicota os artistas".

